Memórias
sobre minha formação e docência
“Cada
ser humano trilha seu próprio percurso de formação, fruto do que é e do que o
contexto vivencial lhe permite que seja, fruto do que quer e do que pode ser.
Isabel Alarcão, 1997
Quando
optei em Cursar o Normal (Magistério), em 1986, foi mais no sentido de ter uma
formação que me garantisse um emprego, um salário...Mas com o estágio e, com o
passar dos anos acabei me apaixonando pela educação...
Enquanto
normalista, tive a oportunidade de estar com excelentes professores, que me
apoiavam e incentivavam na busca do
conhecimento, ora para que me tornasse uma pessoa melhor , mais competitiva,
com mais conhecimento para entrar no mercado de trabalho, ora para dar uma base, de como lidar na sociedade, em
transformação.
Iniciei
meu estágio no segundo semestre do ano de 1989, numa escola estadual, em uma
turma de 3º ano. Na época, a professora titular, me alertou que eu assumiria
uma turma, de alunos barulhentos e, que se dispersavam por qualquer motivo,
aliás não precisava de motivo. Mas eu precisava assumir a turma, eu precisava
concluir o meu curso, eu precisava dos alunos...
Assumi
a turma com muita garra e vontade...
Neste
período trabalhava à noite (fazia plantões de 12h, ou seja, trabalhava no
Hospital das 19h às 7h ,) e minha filha ainda pequenina, 02 aninhos para dar
atenção...
Mas,
penso que era o meu momento e eu precisava me formar...Afinal estava com uma
pequena para amar, manter o sustento e garantir um futuro saudável.
Graças a Deus, sempre tive o apoio da minha
família. Minha família foi e é, essencial
na minha formação, e em todos os
aspectos da minha vida.
Durante
meu estágio eu me espelhei em algumas professoras e estas são muito
importantes...mantenho contato com elas até hoje...Professoras: Zilda Araújo,
Terezinha Quadros, Cândida (minha homenagem
in memorian), Iara Echevest,... tive
outras, mas estas foram fantásticas...
Logo,
formada, segui meu trabalho na área da saúde...Levei muito tempo para retornar
à sala de aula...
Comecei
a maratona de concursos em 1991(para Magistério)...Sempre obtive aprovação, mas
quando se aproximava do meu nome...era uma frustação, não nomeavam ou anulavam
o mesmo.
Em
1998, retornei para a sala de aula, trabalhava 40h, em duas escolas e em municípios diferentes...Foi
uma aventura maravilhosa...Aprendi muito e, penso que os alunos que estiveram
comigo souberam e entenderam a dinâmica do trabalho que eu desenvolvia com
eles...
Em
2003, saí da sala de aula, mas continuei na educação (fui nomeada) e , enquanto
educador(Agente Educacional – Monitora de escola),sempre procurei
colaborar com toda comunidade escolar.
Atuava em várias frentes dentro da escola. Ouvia pais, professores, colegas,
funcionários e alunos. Sabia um pouquinho de cada um...vitórias ,frustrações ,
fracassos...E isto fez eu perceber o indivíduo , a pessoa, a criança ,o
adolescente em suas singularidades. Percebia que atrás daquele aluno
supostamente problemático ,havia uma família(quando havia) desestruturada e por
vezes negligente e , que esta também precisa de ajuda. E aí está a função
social da escola...Trabalhar as relações, ser um elo de ligação e transformação do ser humano. E, percebi que
estas questões devem ser consideradas/ debatidas e inseridas no Projeto
Político Pedagógico da Escola.
Permaneci
atuando como educador por um período de 13 anos e 8 meses, quando me exonerei
para assumir nomeação (magistério/concurso 2013), em agosto de 2014, na escola
em que estou hoje.
O homem na concepção de
Vygotsky, é um ser vivo, que age sobre o mundo, sempre em relações sociais e
transforma essas relações para construir o seu plano interno.”
E, para esta escola, onde leciono (Escola
E. de Ens. Fund. Gaston Augusto Santos César – CIEP), foi muito bom retornar. É
uma escola com uma estrutura física
satisfatória , onde todos trabalham de acordo com o PPP da escola , onde nas
reuniões são debatidos e discutidos os problemas para que estes não
fujam do nosso controle.
Hoje, ainda estamos em fase de adaptação,
pois iniciamos as atividades da Escola Tempo Integral no mês de agosto de 2014.
Muitas mudanças virão este ano ainda, mas estamos com uma equipe de trabalho dinâmica,
onde o PPP está sendo organizado, centrado, na necessidade e vivência dos
alunos, estes atores principais de todo o processo, e possivelmente os
principais beneficiados com o sucesso nesse tipo de organização que visa o crescimento do homem dentro da
sociedade em constante transformação.
Rejane Souza dos Santos