terça-feira, 21 de abril de 2015

Memórias...Formação e docência



Memórias sobre minha formação e docência


“Cada ser humano trilha seu próprio percurso de formação, fruto do que é e do que o contexto vivencial lhe permite que seja, fruto do que quer e do que pode ser. Isabel Alarcão, 1997

     Quando optei em Cursar o Normal (Magistério), em 1986, foi mais no sentido de ter uma formação que me garantisse um emprego, um salário...Mas com o estágio e, com o passar dos anos acabei me apaixonando pela educação...
     Enquanto normalista, tive a oportunidade de estar com excelentes professores, que me apoiavam e incentivavam  na busca do conhecimento, ora para que me tornasse uma pessoa melhor , mais competitiva, com mais conhecimento para entrar no mercado de trabalho, ora para  dar uma base, de como lidar na sociedade, em transformação.
     Iniciei meu estágio no segundo semestre do ano de 1989, numa escola estadual, em uma turma de 3º ano. Na época, a professora titular, me alertou que eu assumiria uma turma, de alunos barulhentos e, que se dispersavam por qualquer motivo, aliás não precisava de motivo. Mas eu precisava assumir a turma, eu precisava concluir o meu curso, eu precisava dos alunos...
     Assumi a turma com muita garra e vontade...
     Neste período trabalhava à noite (fazia plantões de 12h, ou seja, trabalhava no Hospital das 19h às 7h ,) e minha filha ainda pequenina, 02 aninhos para dar atenção...
     Mas, penso que era o meu momento e eu precisava me formar...Afinal estava com uma pequena para amar, manter o sustento e garantir um futuro saudável.
     Graças a Deus, sempre tive o apoio da minha família. Minha família foi  e é, essencial na minha formação, e  em todos os aspectos da minha vida.
     Durante meu estágio eu me espelhei em algumas professoras e estas são muito importantes...mantenho contato com elas até hoje...Professoras: Zilda Araújo, Terezinha Quadros,  Cândida (minha homenagem in memorian),  Iara Echevest,... tive outras, mas estas foram fantásticas...
     Logo, formada, segui meu trabalho na área da saúde...Levei muito tempo para retornar à sala de aula...
     Comecei a maratona de concursos em 1991(para Magistério)...Sempre obtive aprovação, mas quando se aproximava do meu nome...era uma frustação, não nomeavam ou anulavam o mesmo.
     Em 1998, retornei para a sala de aula, trabalhava 40h, em  duas escolas e em municípios diferentes...Foi uma aventura maravilhosa...Aprendi muito e, penso que os alunos que estiveram comigo souberam e entenderam a dinâmica do trabalho que eu desenvolvia com eles...
     Em 2003, saí da sala de aula, mas continuei na educação (fui nomeada) e , enquanto educador(Agente Educacional – Monitora de escola),sempre procurei colaborar  com toda comunidade escolar. Atuava em várias frentes dentro da escola. Ouvia pais, professores, colegas, funcionários e alunos. Sabia um pouquinho de cada um...vitórias ,frustrações , fracassos...E isto fez  eu  perceber o indivíduo , a pessoa, a criança ,o adolescente em suas singularidades. Percebia que atrás daquele aluno supostamente problemático ,havia uma família(quando havia) desestruturada e por vezes negligente e , que esta também precisa de ajuda. E aí está a função social da escola...Trabalhar as relações, ser um elo de ligação  e transformação do ser humano. E, percebi que estas questões devem ser consideradas/ debatidas e inseridas no Projeto Político Pedagógico da Escola.
     Permaneci atuando como educador por um período de 13 anos e 8 meses, quando me exonerei para assumir nomeação (magistério/concurso 2013), em agosto de 2014, na escola em que estou hoje.


O homem na concepção de Vygotsky, é um ser vivo, que age sobre o mundo, sempre em relações sociais e transforma essas relações para construir o seu plano interno.”

     E, para esta escola, onde leciono (Escola E. de Ens. Fund. Gaston Augusto Santos César – CIEP), foi muito bom retornar. É uma escola com uma estrutura  física satisfatória , onde todos trabalham de acordo com o PPP da escola , onde nas reuniões são debatidos e discutidos os problemas para que  estes não  fujam do nosso controle.
     Hoje, ainda estamos em fase de adaptação, pois iniciamos as atividades da Escola Tempo Integral no mês de agosto de 2014. Muitas mudanças virão este ano ainda, mas estamos com uma equipe de trabalho dinâmica, onde o PPP está sendo organizado, centrado, na necessidade e vivência dos alunos, estes atores principais de todo o processo, e possivelmente os principais beneficiados com o sucesso nesse tipo de organização  que visa o crescimento do homem dentro da sociedade em constante transformação.
                                                        Rejane Souza dos Santos




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